sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Baixos níveis de hormônios sexuais estão associados com dor musculoesquelética crônica em mulheres idosas                


Os hormônios sexuais produzidos pelas gonadas têm efeitos em diversos tecidos que são sensíveis à sua ação, através da ação de receptores específicos.
Os hormônios sexuais são caracterizados do ponto de vista físico-químico por sua lipofilia que permite por difusão simples a passagem através membrana celular.
Roxana Silva et al. em seu artigo publicado pela Revista de Farmacología de Chile, informa que a localização celular dos seus receptores é primariamente citoplasmática, produzindo diversos efeitos fisiológicos como o crescimento, diferenciação e regulação dos órgãos do sistema reprodutor.
No entanto, os autores mencionam que outros tecidos reprodutivos como fígado, ossos, músculos e cérebro também são sensíveis à ação dos hormônios sexuais.
Na mulher, o estrogênio mais abundante e potente é o 17β‐estradiol (E2) e suas principais ações biológicas são mediadas por receptores específicos do tipo alfa (ERα) e beta (ERβ).
Outro grupo de pesquisadores argumenta que as diferenças nos níveis de hormônios sexuais pode causar dor crônica, o que é mais prevalente em mulheres do que em homens e com o avanço da idade aumenta a diferença entre gêneros.
Marjolein de Kruijf et al. realizaram um estudo publicado em Pain, que analisou a relação entre os hormônios sexuais e a prevalência e incidência de dor crônica.
Examinaram a associação entre os níveis de hormônios sexuais e dor crônica em 9.717 participantes acima de 45 anos, no Estudo Rotterdam, um estudo populacional.
Os pesquisadores definiram dor crônica como dor lombar, dores nas mãos, joelhos e/ou quadris durante pelo menos 3 meses.
Os hormônios sexuais incluíram estrogênio, testosterona, androstenediona e 17-hidroxiprogesterona.
Foram analisadas as relações entre hormônios e dor crônica prevalente e de início recente, mediante regressão linear e logística, estratificada por gênero.
As mulheres com níveis de androstenediona ou estradiol no menor percentil apresentaram mais dor crônica.
Mencionam ainda que os níveis médios de estradiol foram menores entre os homens com dor crônica.
O menor percentil de 17-hidroxiprogesterona em mulheres foi associado a 38% mais de dor de início recente.
Todas essas associações foram independentes da idade, índice de massa corporal, fatores de saúde e estilo de vida, e osteoartrite.
Os níveis mais baixos de hormônios sexuais foram associados com dor musculoesquelética crônica, independentemente do estilo de vida e fatores relacionados com a saúde em mulheres idosas da comunidade.
Assim, os autores concluem que suas descobertas sugerem que os hormônios sexuais desempenham um papel na dor crônica e devem ser considerados quando um paciente apresenta dor crônica.
Por conseguinte, os hormônios sexuais podem ser um alvo potencial de tratamento nestes pacientes.  

Referências:
Marjolein de Kruijf et al, Lower sex hormone levels are associated with more chronic musculoskeletal pain in community-dwelling elderly women. Pain. July 2016 - Volume 157 - Issue 7 - p 1425–1431 doi: 10.1097/j.pain.0000000000000535
Roxana Silva et al, Rol de las hormonas sexuales sobre circuitos dopaminérgicos cerebrales. Revista de Farmacología de Chile (2014) 7(1): 7

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