sexta-feira, 19 de agosto de 2016

DIABETES X AMAMENTAÇÃO 

O centro de Estudos Interdisciplinar alemão do Helmholtz Zentrum München apresentou estudo sobre o metabolismo das mulheres com diabetes gestacional após o parto. Junto com parceiros da Universidade Técnica de Munique (TUM, Technical University of Munich) e o Centro Alemão de Pesquisa de Diabetes (DZD, German Center for Diabetes Research) foram capazes de demonstrar que o aleitamento materno por mais de 3 meses provoca alterações metabólica em longo prazo. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista Diabetologia.
Aproximadamente 4% de todas as mulheres grávidas na Alemanha desenvolvem diabetes gestacional antes do nascimento de seu filho. Embora inicialmente os seus níveis de glicose no sangue voltam ao normal após o parto, 1 em cada 2 mães afetadas desenvolve diabetes tipo 2 dentro dos 10 anos seguintes.
Embora tenha sido demonstrado que a amamentação pode reduzir este risco em 40% das mulheres, as razões para isso, todavia seguem sem ser compreendidas.
Em um estudo anterior, os pesquisadores liderados pela professora Anette-Gabriele Ziegler, diretora do Instituto de Pesquisa de Diabetes (IDF, Institute of Diabetes Research) no Helmholtz Zentrum München, demostraram que a amamentação por mais de 3 meses após o parto tem um efeito protetor que dura até 15 anos após a diabetes gestacional.
Em seu estudo mais recente investigou se o metabolismo poderia ser responsável por isto.
Em sua análise, os cientistas examinaram cerca de 200 pacientes que haviam desenvolvido diabetes gestacional.
As participantes do estudo receberam uma solução de glicose padrão e se obteve uma amostra de sangre em jejum antes e depois do teste. Em seguida, os cientistas compararam as amostras com base em 156 metabólitos diferentes conhecidos. Em média, as mulheres tinham dado à luz há 3 anos e meio antes.
"Notamos que os metabólitos nas mulheres que haviam amamentado por mais de três meses diferiram significativamente daqueles que haviam tido períodos mais curtos de amamentação", informa a principal autora Dra. Daniela Much do IDF.
"Os longos períodos de amamentação estão ligados com uma mudança na produção de fosfolípides e com concentrações mais baixas de aminoácidos de cadeia ramificada no plasma sanguíneo das mães".
Isto é interessante porque os metabólitos envolvidos estavam vinculados em estudos anteriores com resistência à insulina e diabetes tipo 2, explicam os autores.
"Os resultados do nosso estudo fornecem novos conhecimentos sobre as vias metabólicas relacionadas com as doenças que são influenciadas pela amamentação e, portanto, poderiam ser a razão do efeito protetor", conclui a Dra. Sandra Hummel, chefe do grupo de trabalho de Diabetes gestacional no IDF, que conduziu o estudo.
A amamentação, explica, é uma intervenção eficaz em termos de custos que visa reduzir o risco em longo prazo de desenvolver diabetes tipo 2 entre as mulheres com diabetes gestacional.
No futuro, os cientistas buscarão as formas de converter esse conhecimento em recomendações de tratamento concretas. "Em média, as mulheres com diabetes gestacional amamentam com menor frequência e por uma menor duração que as mães sem diabetes", disse Hummel. "Agora, o objetivo é desenvolver estratégias para melhorar o comportamento da amamentação das mães com diabetes gestacional".  
Referências:
Daniela Much et al, Lactation is associated with altered metabolomic signatures in women with gestational diabetes.Diabetologia, 2016; DOI: 10.1007/s00125-016-4055-8
Fonte: Science Daily


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